Um estranho no ninho!
- Pedro Antônio Heinrich
- May 24, 2016
- 5 min read
Um estranho no ninho!
A estranha loucura onde fotografar com câmera analógica passou a ser conceitual. Vivemos num mundo onde o que era hábito e corriqueiro se tornou algo quase impraticável, mais ainda por conta dos altos preços dos rolos de filme e a dificuldade em encontrar químicos para revelação. Ok, não seria algo sustentável do ponto de vista ambiental, os químicos poluem a natureza e o espaço físico pra tal ação é um gigantesco empecilho.

É interessante ver que existem movimentos que valorizam a fotografia analógia, e penso que em breve voltarão a fabricar produtos como por exemplo os filmes Kodachrome, que deixou de ser fabricado por meados de 2009 e que rendeu até um documentário ( The Last Roll Of Kodachrome - National Geographic ) sobre a historia do ultimo rolo o qual foi utilizado por Steve Mccurry.

Eu particularmente amo a fotografia analógica e todo processo envolvido. Sempre que tenho a oportunidade de clicar faço com o maior cuidado possível, coisa que não acontece com o digital e muitas vezes vira uma ação robótica. Atualmente tenho tentado trazer pra minha fotografia digital a mesma textura do filme, claro que digitalmente, com ferramentas do photoshop. Visualmente fica bem parecido e tenho um bom controle sobre a edição o que por si só me gera uma satisfação com o resultado final.
Aconselho as pessoas a sempre tentarem fotografar com a câmera analógica, isso ajuda muito a entender conceitos de exposição, os tipos de luz e tudo mais.
Cada exercício é sempre enriquecedor. Tenho o sonho de um dia poder fotografar com um filme kodachrome, mas enquanto esse dia não chega eu fico admirando as fotos do Fred Herzog.



Essas fotos acima são do Fred Herzog. As cores me deixam profundamente curioso e frustrado ao mesmo tempo, eu não consigo atingir esses tons dentro da fotografia digital. Acho de uma beleza sem igual os tons de laranja, vermelhos e azuis, são sempre profundos e incomparáveis. Sensibilidade ímpar na revelação.
Buenas, abaixo deixo uma das minhas, as quais venho aplicando textura pra buscar resultados parecidos com os produzidos nas fotos analógicas.

[Bagre Fagundes, Euclides Fagundes Filho, mais conhecido Bagre Fagundes (Uruguaiana, 3 de outubro de 1939), é um folclorista, instrumentista, compositor e cantor brasileiro de música regional gaúcha. Bagre Fagundes compôs, juntamente com seu irmão Nico Fagundes, a canção Origens, vencedora do festival Ronda da Canção Nativa de Alegrete em 1983. A música tornou-se o tema de abertura do programa Galpão Crioulo, o qual é apresentado por Nico e Neto.]
"Sejam estranhos nesse ninho, experimentem. A fotografia analógica vai te tirar da zona de conforto com certeza!!"
Aspectos históricos:
Não é possível citar todos que participaram dessa época de descobertas, mas alguns grandes pioneiros da fotografia são:
Frederick Scott Archer — melhorou a resolução das imagens usando emulsão de colódio úmida e barateou o custo de produção de cada fotografia;
Félix Nadar — Primeiro fotógrafo a capturar imagens aéreas e um dos primeiros donos de estúdio de retratos;
Adolphe Disderi — criou um método de captura e impressão (Carte-de-visite) que barateava os custos de impressão e foi um dos responsáveis pelo sucesso mundial da fotografia de retrato;
James Clerk-Maxwell — apresentou, em 1861, o primeiro método de fotografia colorida. Obtida através do uso de três negativos, essa técnica serviu de inspiração para outros pesquisadores;
Mathew Brady — juntou uma equipe para, pela primeira vez, fotografar cenas de guerra. Aproximadamente 7000 negativos da Guerra Civil foram feitos entre 1861 e 1865;
Ducos du Hauron — pesquisador francês e pioneiro nas técnicas de fotografia colorida. Publicou um dos primeiros livros sobre o assunto;
Richard Leach Maddox — inventou o método de fixação das imagens usando uma suspensão gelatinosa, que substituiria a emulsão de colódio úmida, criando as primeiras chapas secas, que tornaram o processo de revelação mais simples.
Aqui deixo um processo de revelação que espero que seja útil pra alguém:
O processo da revelação de fotografias é dividido em cinco etapas, e é basicamente químico.
A primeira etapa é a revelação. Neste estágio, é utilizado um produto químico denominado revelador, que por meio da reação de óxido-redução conclui a transformação dos haletos de prata, contidos no filme fotográfico, em prata metálica. Os reveladores são soluções alcalinas, geralmente à base de metol e hidroquinona.
A segunda etapa é a interrupção. Neste estágio, é utilizado um produto químico que tem a capacidade de interromper a revelação da fotografia. Caso isso não seja feito, o revelador continua agindo até escurecer a fotografia por completo. Como as soluções reveladoras são alcalinas – básicas – são utilizadas soluções ácidas para interromper o processo. Os interruptores geralmente são compostos de ácido acético glacial – vinagre concentrado – ou ácido cítrico.
A terceira etapa é a fixação. Neste estágio, são retirados da emulsão os cristais de prata que não se transformaram em prata metálica na primeira etapa. Isto é necessário porque caso fiquem vestígios dos haletos de prata sobre a fotografia, estes resíduos com o tempo podem se decompor e manchá-la. A base do fixador é o tiossulfato de sódio, pois ele tem a capacidade de reagir com os cristais de prata e torná-los solúveis em água.
A quarta etapa é a lavagem. A função da lavagem é de extrema importância para a obtenção de uma fotografia durável e de qualidade. É na lavagem que são retirados todos os resíduos químicos presentes na fotografia, e permanece apenas a imagem de prata metálica. A fotografia é lavada em água corrente, por alguns minutos, e o processo da retirada completa dos elementos reatores da fotografia se dá por difusão, em que os sais migram do meio saturado para o meio insaturado (água) em busca do equilíbrio químico. Existe também a utilização de sulfito de sódio para diminuir o tempo de lavagem e aumentar a eficácia da mesma.
A quinta e última etapa é a secagem. As fotografias secam naturalmente, sem a utilização de tecidos ou papéis absorventes. Há também a utilização de estufas, mas a temperatura, neste caso, não pode ultrapassar os 40ºC.
Uma vez revelada, a fotografia não poderá mais ser apagada. No entanto, em processos de revelação precários, é possível que haja manchas e descoloramento no futuro, embora não a ponto de apagarem por completo a imagem.
fontes: http://www.tecmundo.com.br/fotografia-e-design/60982-175-anos-fotografia-conheca-historia-dessa-forma-arte.htm
http://www.infoescola.com/fotografia/revelacao-fotografica/
Assim termino mais uma postagem com mais uma bela frase:
“A fotografia é uma lição de amor e ódio ao mesmo tempo. É uma metralhadora, mas também é o divã do analista. Uma interrogação e uma afirmação, um sim e um não ao mesmo tempo. Mas é sobretudo um beijo muito cálido.” Henri Cartier Bresson
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