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Como H. Cartier-Bresson me influenciou?

  • Writer: Pedro Antônio Heinrich
    Pedro Antônio Heinrich
  • May 24, 2016
  • 3 min read

Como H. Cartier-Bresson me influenciou?

Essa é minha 1ª publicação no blog e gostaria de começar falando em como o grande mestre Henri Cartier-Bresson me ajudou a entender a fotografia que eu faço nos dias de hoje.

Foto: Henri Cartier-Bresson

Cartier-Bresson, nascido a cidade de Chanteloup-en-Brie em 22 de agosto de 1908, desde criança criança já parecia que tinha nascido para a fotografia. Ainda muito jovem ganhou uma câmera Box Brownie e já saia por aí contabilizando clicks e de certo modo começando a aprimorar o olhar fotográfico.

De fato começou a fotografar com mais fervor logo aos 22 anos depois que foi obrigado a voltar da África, onde passou 1 ano trabalhando como caçador, pois havia contraído uma doença tropical. No caminho de volta à Marselha, sentiu-se profundamente inspirado ao ver as fotografias do húngaro Martin Munkacsi e desse momento em diante então decidiu que seria fotógrafo.

foto: Henri Cartier-Bresson

Tá e como ele me influenciou??

Lá por meados de 2013 eu fiz o meu primeiro curso de fotografia, na Câmera Viajante, e uma das referências que a professora Vera Carlotto citou durante a aula foi justamente HCB (Henri Cartier-Bresson), mas naquele momento eu não entendia como a fotografia funcionava, na verdade eu não entendia nem como a câmera ligava, então naquele momento eu não dei muita importância. Pensava que pra fazer fotografias como as dele eu teria que viajar o mundo, teria que ter uma câmera mega blaster-potente, coisa que todo fotógrafo iniciante vestindo fralda deve imaginar.

Só depois de 1 ano, por volta de julho de 2014, eu comecei a querer enxergar a fotografia, eu queria sentir o que eles sentiam ao fotografar uma cena importante, eu queria ser lembrado. O que me levou a sentir isso foi justo o fato do meu pai ter sido hospitalizado com diagnóstico de câncer. Isso me fez questionar a minha existência, parece meio besta mas foi isso, eu ficava pensando no que eu queria ser, o que eu queria construir e isso eu pensava enquanto ia de casa até o hospital todos os dias.

E nessas andanças eu tinha um celular à mão (motorola ex 115, 2mp, cor de rosa), fazia um clique aqui e ali mas nada interessante.

Uma certa tarde pensando com os meus botões, botões sábios estes, me perguntava enquanto fotografava, "cara, o Cartier-Bresson fotograva lá em 1930 poucos com uma câmera que provavelmente não era lá muito simples de mexer, com filme, nem via o resultado na hora, e fazia umas fotos incríveis.. como pode eu em 2014 com um celular que fotografa (celular de bosta diga-se de passagem), no qual eu posso ver a imagem na hora e editar no meu surrado notebook não consigo fazer nem 1/100 do que ele faz?? Tem algo errado nessa jogada!!" - pensei. Então naquele dia sentei na frente do computador e pesquisei tudo sobre dito senhor em questão, abri o site da Magnum ( Agência de Fotojornalismo fundada por HCB em 1947) e olhei as fotos sem parar por horas e horas, abri um editor de imagem que eu ainda não usava (Lightroom), importei a foto do meu motorola e comecei a fuçar no software até que por fim consegui algo realmente próximo do que eu tava vendo no site da Magnum, isso em relação ao tipo de preto e branco. Na mesma semana peguei o meu telefone e sai pra tentar clicar na rua e de impulso encontrei formas de ninguém ver que eu estava clicando. Fotografava caminhando, de costas, me abaixava e fazia uns contra-plongée fingindo que amarrava o tênis e por ai foi indo.

Essa foi uma das primeiras fotos que fiz:

foto: Pedro Antônio Heinrich

Acabei postando em grupos de fotografia e recebi bons feedbacks, na realidade algumas pessoas não acreditaram que tinha sido com o celular, ok senti como se fosse um elogio de certa forma. Desde então que eu compreendi que a fotografia está muito além da parte mecânica, ela realmente pode morar na gente e a cada click mostrar um pouco de nós e o que se passa no fundo.

Cartier-Bresson me influenciou a procurar coisas simples, o cotidiano, a cidade, as pessoas próximas nas quais eu não dava atenção no meu dia-a-dia, passei a enxergá-las, a querer mostrá-las da forma como eu as vejo e de certo modo a beleza que eu enxergo. Mora beleza no suposto grotesco, mora um sentimento fortíssimo num olhar ou em uns pés surrados pela dificuldade da vida e é isso que eu quero mostrar. Me descobri fotógrafo por um acaso em um breve momento olhando dentro de mim, e se eu não tivesse entendido e percebido talvez não estivesse escrevendo aqui.

Pegue a sua câmera, não importa qual...

foto: Pedro Antônio Heinrich

As duas fotos (minhas) que eu postei aqui fiz com essas câmeras:

Olympus X 560 wp

Olympus X 560 wp

Motorola EX 115

 
 
 

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